Anima Sensualis, até 30 de Junho

O Museu de Arqueologia e Numismática de Vila Real inaugurou, a 16 de Maio, a exposição temporária Anima Sensualis, que fica agora patente até 30 de Junho.

Este é um trabalho a duas vozes: a fotografia de Paulo Gaspar Ferreira e o desenho de José Rodrigues, que se complementam num diálogo íntimo e sensível sobre o corpo feminino, uma ode às formas e aos pormenores.

José Rodrigues (Luanda, 1936) fez parte dos aclamados Quatro Vintes (o também grupo de Armando Alves, Ângelo de Sousa e Jorge Pinheiro, que se formou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto com nota máxima, em 1968, e cuja exposição no ano seguinte, na Sociedade Nacional de Belas-Artes, é um marco na História da Arte em Portugal). O seu trabalho mais visível é provavelmente o Cubo, na Praça da Ribeira, no Porto, que parece levitar sobre a água expelida pela fonte. José Rodrigues destaca-se também na promoção da arte em Portugal, sendo um dos fundadores da Cooperativa Cultural Árvore e promotor da Bienal de Vila Nova de Cerveira.

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Paulo Gaspar Ferreira (Porto, 1964) graduou-se pela Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis e pela Escola Técnica de Fotografia do Porto. O seu trabalho está incluído em várias colecções e catalogado em outras tantas exposições em Portugal, Espanha, França, Brasil e Estados Unidos. Além das exposições regulares desde os anos 80, desenvolveu projectos editoriais em fotografia, como foram os casos das colaborações com o poeta António Ramos Rosa e o letrista Carlos Tê.

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Esta exposição, cuja primeira inauguração aconteceu a 16 de Novembro de 2013 na Fábrica Social (também conhecida por Fundação José Rodrigues, uma antiga fábrica de chapéus adquirida pelo artista como espaço de atelier e posteriormente renovada como espaço de exposição, auditório e vários ateliers).

Diz Paulo Gaspar Ferreira que a primeira fotografia desta exposição foi feita há 20 anos e que a ideia, então cristalizada, foi continuada em 2009, quando recomeçou este trabalho de simplificar o corpo feminino. Esta representação minimalista, a preto e branco, aproxima a fotografia do desenho e, em algumas peças, assume até valores abstractos, assim, a envolvência com a caneta de José Rodrigues é natural.

É uma exposição provocadora, não porque choque, mas pela sedução.

links úteis:
Paulo Gaspar Ferreira
Fundação José Rodrigues
Museu de Arqueologia e Numismática
Evento @ Agenda IP4