Entrevista | Long Way To Alaska

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O FMAB ainda está fresco nas nossas memórias e nada melhor do que partilharmos a nossa conversa com o Gonçalo Alvarez dos Long Way to Alaska. Podemos adiantar que é realmente um longo caminho até lá e nem uma pontinha de frio sentimos, tal era o calor humano. Calor humano e a camisa do Nuno, que nos lembrava permanentemente do calor tropical.

O vosso novo EP chama-se Life Aquatic. Alguma razão em especial?
Surgiu há cerca de 2 anos, tínhamos acabado de lançar o East River, íamos dar um concerto no MusicBox em Lisboa, estávamos a jantar todos com o Dias, um amigo nosso que participa muito na banda. Começámos a pensar em nomes para um possível EP e surgiu.

Como é que o vosso amigo Dias participa na banda? Diz que gosta ou que não gosta?
Ele faz parte da PopStock que é a nossa distribuidora, é um grande amigo da banda, um amigo muito próximo e não tendo influência em todas as decisões, é uma voz que gostamos de ouvir antes de tomar qualquer decisão.

Escrevem em inglês e não em português. Sentem-se mais à vontade assim? Como aconteceu convosco?
Foi uma coisa que surgiu naturalmente. Quando entrei na banda o Nuno e o Lucas tinham uma malha de guitarra, proveniente de outro projeto deles, faixa essa que não se enquadrava. Gravaram, o Nuno fez uma letra nessa mesma noite, criou o myspace na hora com o nome Long Way to Alaska. Como a letra estava em inglês, a partir daí foi sempre a rolar.

Vocês assumem-se como uma banda folk?
Já tocámos mais folk. O primeiro EP é folk, o segundo faz um pouco a transição, sendo mais elétrico. O Life Aquatic já foi composto como banda que se junta na sala de ensaios e não tanto aquela cena de alguém trazer alguma coisa de casa e depois juntar-se o baixo e as vozes.

Foi uma coisa pensada? Foi intencional?
Acho que a beleza disto é facto das coisas irem surgindo. No próximo álbum, para o qual já temos algumas ideias, será com certeza muito diferente deste, até porque não nos queremos amarrar a etiquetas que nos identifiquem como Folk, Indie ou Rock. Isto é o que nós fazemos, o que gostamos de fazer e é importante que isso transpareça ao vivo. Se nos restringirmos a um género, não evoluiremos tanto com gostaríamos.

Próximo álbum em 2014?
Sim, contamos que esteja cá fora em 2014.

Estiveram ligados à Lovers and Lollypops, agora estão ligados à PAD. Existiu alguma vez uma influência da parte das companhias discográficas no vosso processo criativo?
Na parte criativa nunca fomos influenciados em nada. Dependemos apenas de nós. Geralmente dá-se o processo criativo e gravamos. Depois a parte de edição, de lançamento, de promoção já é uma coisa totalmente diferente. Isso fica a cargo das companhias.

Um pouco como acontece por todo o lado, também vocês têm alguma influência africana nas vossas faixas. É uma coisa que já acontecia convosco ou é um fenómeno recente?
Não é uma influência direta. No processo de composição cada um leva alguma coisa. Posso até andar a ouvir coisas africanas como ouço música de outro continente qualquer. Nunca aconteceu pensarmos: “Coisa e tal, vamos meter aqui um ritmo mais africano”. As coisas vão surgindo.

Quais são os planos para o futuro?
Bem, no futuro queremos divertir-nos como o estamos a fazer neste momento, acho que é esse o espírito. O que passar disso, o que vier será sempre bom e terá que ser obviamente pensado mas gostamos é disto, de estar com pessoas que nos recebem bem e de dar um bom espetáculo, de dar um pouco de nós e receber também.

Se pudessem escolher um sítio para tocar, qual seria?
Desde que nos recebam assim como em Bragança, qualquer palco é o ideal.