Tasca da Alice

Existe um lugar na montanha que é mágico. Tanto pela paisagem como pelos sabores. A Tasca da Alice é um restaurante de visita obrigatória para quem quer passar um bom bocado entre o ar fresco da montanha e a certeza de um bom repasto!

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Não tem nada que enganar. Partindo de Vila Real, sobe-se até Lamas de Olo e segue-se a estrada que nos leva até Mondim de Basto. Chegados a Bobal é só ir com calma e virar à direita na placa que anuncia o sítio. A Tasca da Alice é um poiso já bem conhecido nestas paragens. Sítio de petiscos e de bom vinho, de almoços e jantares por encomenda com um mínimo de 6 pessoas.

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Marquei com uns amigos uma ida para os petiscos. Porque assim parece que sabem ainda melhor. Rumamos montanha acima e ao chegar deparamos com um sinal que nos indica que por ali não há wi-fi e que ao mesmo tempo nos convida a falar uns com os outros. Percebe-se assim ao primeiro contacto que é coisa séria. Estamos na montanha, aqui não há lugar para o frenesim da cidade e das redes sociais. Temos é de comer bem e disfrutar da companhia. Siga então que não tenho vontade de ir ao instagram ou facebook colocar seja o que for.

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O espaço é bastante agradável. Com duas salas grandes e rústicas e cheias de objetos da memória. Mesas grandes e corridas para que seja mais simples sentar grupos grandes. Tem o carisma de uma sala confortável com o bónus a cair na paisagem que nos rodeia. Simplesmente maravilhosa.

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Na ementa temos clássicos da nossa cozinha de simplicidade. A escolha caiu sobre umas alheiras e mouras que estavam de bradar aos céus. Existe algo nestes enchidos que nos prendem à mesa, um bom pão para companhia e estava aqui só uma refeição.

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Seguimos para uma deliciosa salada de bacalhau, que curiosamente é um clássico por estas paragens tão ricas em carne. Bom bacalhau desfiado servido com cebola, azeitonas e tomate. Tudo terminado com um azeite que transforma o sabor de ingredientes simples em algo majestoso.

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Pedimos também uma omelete, de ovos caseiros e bem amarelos. É nesta altura que percebo que aqui o que brilha são os ingredientes e a sua genialidade. Coisas do campo, que crescem com o tempo e com o carinho de quem cuida. Uma simples omelete, bem no ponto e com um sabor que só se encontra em sítios onde a comida não vem do supermercado.

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O prato seguinte foi uma boa carne de panela a.k.a carne em “vinha d’alhos”. Dose bem grande e que dava para uma família inteira. Lá fomos petiscando mais com a gula do que com a fome. O ar da montanha abre o apetite, e como ficou combinado um passeio pós-almoço o abuso não seria assim tão grande. Comer tem destas coisas. Por vezes batemos de frente com uma coisa boa e simplesmente não podemos ser meninos e desistir facilmente.

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Na sobremesa ficamos pelo que havia. Queijo com compotas, e logo duas caseiras. Uma de figo e outra de abóbora ou como carinhosamente lhe chamam na Bila “de Calondro”. Raios. Não é necessário mesmo inventar. Uns palitos e estávamos todos a petiscar algo bastante saboroso. Vale a pena a viagem só por este final de refeição.

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Nos vinhos fomos para um fantástico verde que estava no ponto, quer na temperatura quer de aroma e sabor. Tudo aqui é caseiro. O que aumenta ainda mais o apetite. Nós somos da montanha e gostamos de comer bem. Deve ser dos genes de quem nasce nestas latitudes. Ou de quem cá fica uns anos. A paisagem e os sabores são uma segunda natureza para nós. E que bom que é que isso aconteça.