Barraquinhas AAUTAD: O início da nova saga

lemon stand

As Barraquinhas, versão censurada

A semana das Barraquinhas da AAUTAD é a recepção ao caloiro em Vila Real. Para o caloiro as Barraquinhas são um novo mundo, são as primeiras festas da Universidade e, pelas afortunadas dimensões da cidade, acabam por ser festas de uma República grande, uma fraternidade onde todos se conhecem, ou, eventualmente numa destas festas, se vão conhecer. Para mim, como vilarealense, as Barraquinhas marcam o final da época verão e a chegada da grande fatia da população da cidade — haja alegria, haja estudante noite e dia. Sem eles Vila Real entra também em férias e, por mais que isso também signifique lugares de estacionamento 24/7 e mais noites a céu aberto no Baca Belha, Vila Real de férias passa a uma real vila, pouca gente, letargia e um calor de derreter alcatrão.

Mas, mais do que tudo isso, é um gordo benvindo, não só a caloiros e estudantes Erasmus, mas também aos outros, os normais, os que estão de volta com aquele espírito saudoso mas ainda preguiçoso do início de aulas. Até aos 12 anos vamos ao Continente comprar cadernos, a partir dos 18 queremos encontrar toda a gente nas Barraquinhas.

Bebe-se, dança-se, tenta-se equilibrar o copo enquanto outras pessoas passam. Com o passar das horas começam os descontos, anunciados com letreiros nas mãos de uma caloira gira: é mais um round. Entretanto as filas para as bifanas estão maiores e acumulam-se cá fora os grupos da conversa, uns que olham sem descolar para o movimento das portas, outros que cantam que esta-vida-de-engenheiro-está-a-dar-cabo-de-mim, e este ano até houve pipocas. Estes são os dias em que, pelas melhores razões, o Nervir está caótico, é o início da saga académica.

São seis da manhã quando os seguranças empurram a multidão em onda a partir do palco. Fica-se uns minutos a decidir o que fazer, numa apatia curiosa para quem ir para casa ainda não é opção, por mais que esteja a amanhecer e só fiquem os sobreviventes e os entusiasmados. É quinta-feira, alguém me diz que é dia de Ruana e o meu estômago começa toda uma nova festa, há quem vá para casa porque acabou de se lembrar que pode ter frequência às 11 da manhã, outros repetem que não ter aulas à sexta é uma das melhores invenções do homem a seguir à roda.

E depois deste texto demasiado nostálgico para descrição daquilo que é, afinal, a Semana das Barraquinhas em todo o seu brilho, ecrã luminoso, puntz-puntz e trocadilhos incríveis como VET Lucky, fica o lema das noites académicas, mais na UTAD do que em qualquer outro lugar: yolo.