Os cinemas sem pipocas

lore

Trás-os-Montes tem poucos cinemas. Em Vila Real a Castello Lopes não aguentou a concorrência da Lusomundo luminosa, e em Bragança, em Janeiro do ano passado, a mesma empresa terminou o contracto e deixou o distrito sem salas de cinema.

Sempre temos a Lusomundo, é verdade. Mas que é feito da velha guarda da alternativa? A isso reagem vários teatros e associações culturais, que criam os seus próprios ciclos de cinema, até festivais. Roubando o termo ao Teatro de Vila Real, estes cinemas sem pipocas vão garantindo alguma actividade para cinéfilos de várias idades, contudo os cenários não podiam ser mais distintos:

Vila Real, Cinema sem Pipocas, no teatro, segundas-feiras. Começou por ser uma projecção semanal, para se tornar cada vez mais ocasional, com a falta de público foram chegando também os filmes cada vez menos atractivos, mas que continuam a valer a pena, nem que seja pela curiosidade cinematográfica. Por lá já passou Into the Wild, Milk e Moonrise Kingdom, mas sempre com adesão tímida, a luminosa Lusomundo ainda faz alguma sombra. Hoje, segunda-feira 14 de Outubro, há exibição de Lore e no dia 28 uma selecção de curtas-metragens da Sardinha em Lata.

Lamego, sessões de cinema no Teatro Ribeiro Conceição (TRC), periodicamente, ao domingo à tarde ou à sexta-feira à noite. O TRC apresenta uma oferta seleccionada dos filmes contemporâneos, filmes infantis e blockbusters, que eliminam a necessidade de ir até Viseu ou Vila Real para uma ida ao cinema casual. A próxima sessão é dia 20 à tarde, dos Monstros, a Universidade (versão portuguesa), e mais no final do mês, O Mordomo, a 25 de Outubro.

Em terceiro vamos ligeiramente mais longe, a Casa da Cultura de Verín, em Espanha, pouco depois da fronteira, apresenta uma selecção diferente de filmes. Todas as quintas-feiras (talvez dobrados em espanhol?). A programação pode ser consultada na agenda cultural da Eurocidade Chaves-Verín. Na próxima quinta há L’Arte di Arrangiarsi (The Art of Getting Along).

Resta-nos Bragança. Aquando o encerramento do cinema, nesta notícia da TSF, a autarquia manteve a posição de não interferir nesse assunto, uma vez que os cinemas são normalmente do foro privado e espera-se que eventualmente alguma entidade se interesse pela ocupação das salas já existentes. Além disso o Teatro Municipal de Bragança, apesar de equipado, não tem as condições ideais para exibição de filmes. Entretanto já passou mais de um ano e o cinema vai fazendo falta, não só o cinema mas a alternativa.